segunda-feira, 28 de julho de 2008

Teologia Revelada ou Teologia Natural?


Qual destes dois tipos de teologia está mais próxima da verdade? Se optarmos pela Teologia Revelada teremos que determinar qual das muitas revelações existentes neste mundo a respeito de Deus é a mais correta. As alternativas são muitas: Cristianismo, Judaísmo, Islamismo, Paganismo, Religiões Orientais, e por aí vai.

Porém, o problema não termina aí. Caso optemos pelo Cristianismo teremos um outro vasto conjunto de alternativas que exigirão mais escolhas: Cristianismo Católico, Cristianismo Protestante, Cristianismo Neo-petencostal, etc.

A busca pela verdade parece ser interminável, pois a simples opção por um destes sub-segmentos implicará na necessidade de mais escolhas. Se decidirmos pelo protestantismo, o leque se abre em mundo de alternativas. Caso continuemos fazendo escolhas e cheguemos numa visão bem específica da divindade, como por exemplo, a da Igreja Adventista do Sétimo Dia, mesmo assim precisaremos ainda ter que decidir se optaremos pelo Adventismo dos pioneiros, que não eram trinitarianos, ou pelo Adventismo pós pioneiros que crê num Deus triúno.

Por outro lado a Teologia Natural me parece numa primeira análise mais simples e objetiva, pois compreende tudo sobre o universo que não é fornecido por revelações. Sobre o universo? Mas não deveria ser sobre Deus? Sim, é exatamente aí que está mais uma diferença entre estas duas formas de fazer teologia: a Teologia Revelada interpreta tudo no universo a partir daquilo que é aceito como revelação divina, já a Teologia Natural procura entender a divindade (ou a ausência dela) a partir de suas interpretações do universo observável.

Para cientistas como Carl Sagan a ciência é, em parte, uma espécie de “adoração informada” abrindo caminho para níveis de consciência onde o que se procura não é apenas acreditar, mas saber. A Teologia Natural entende que nenhum passo na busca pelo esclarecimento (busca pela verdade) deveria ser considerado sagrado, mas somente a própria “procura”.

Enquanto na Teologia Revelada a verdade se resume essencialmente naquilo que foi revelado de forma sobrenatural (por Deus), na Teologia Natural, por não ser considerado qualquer elemento sobrenatural, a busca pela verdade não tem fim. Na primeira é essencial que seus adeptos sejam “crentes”, pois a premissa básica para aceitação da revelação divina é a fé, mas já na segunda, é vital que seus adeptos sejam treinados para serem sempre “bons céticos” (para compreender aquilo que entendo como um “bom cético” leia a postagem de Frank Carvalho sob o título “Metafísica, Ateísmo e Ceticismo” - http://frankvcarvalho.blogspot.com/2008/07/os-neo-ateus-e-metafsica-i.html).

Não estou aqui querendo dizer que uma forma de teologia seja melhor do que outra, mas apenas analisando algumas de suas características e diferenças. Porém, tomando com base aquilo que tenho vivenciado, entendo que em termos de compreensão da própria verdade em relação aos outros pontos de vista concorrentes, a Teologia Revelada possui uma característica mais arrogante e a Teologia Natural mais humilde. Bem, mas esta é a minha percepção pessoal e você pode e deve divergir caso pense diferente. O espaço para o seu comentário está sempre aberto.

Um comentário:

  1. A ortodoxia sempre é arrogante. Cada sub interpretação considerar-se-á correta e todas as demais equivocadas. Isso para o leigo ingênuo, pois para aquele que tem noção de onde está pisando, a ortodoxia nada mais é do que um poder alienante. A verdade? Ela sempre estará em segundo plano.

    O ortodoxo tem compromisso com a ortodoxia (que ele entende ser a verdade).

    Fato é que uma anula a outra e não é possível dizer qual a melhor. É opção pessoal.

    Eu me sinto mais confortável longe da ortodoxia.

    Abraços.

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