terça-feira, 20 de outubro de 2009

Reflexões sobre o Espiritismo


Nos últimos 15 dias estivemos analisando a vida de uma das mais famosas médiuns do início do século passado, Mina "Margery" Crandon, e vimos como o ceticismo do maior mágico de todos os tempos, Harry Houdini, contribuiu para que a mentira fosse exposta e a verdade prevalecesse.

Como eu já havia comentado em uma postagem anterior (Ilusionistas, o Terror dos Espiritualistas), os espíritas possuem razões de sobra para não gostarem muito dos mágicos, pois sua postura sempre cética e racional, bem como seus conhecimentos da arte da ilusão são uma ameaça constante a todo tipo de manifestação ou fenômeno espiritual que alegam existir.

Particularmente, não tenho nada contra a filosofia espírita (ou espiritualista) que manifesta "fé" na vida após a morte, no mundo dos espíritos e na reencarnação. Eles têm o direito de acreditarem no que quiserem, assim como os católicos acreditam na intercessão da Virgem Maria ou os protestantes na Bíblia como a única regra de fé e prática. Cada um com a sua "fé".


Só não admitimos que alguns extrapolem aquilo que deve permanecer no campo exclusivo da fé e tentem comprovar suas crenças mediante fenômenos físicos forjados. É triste e decepcionante ver uma médium como "Margery" fingindo e mentindo, porém não menos frustrante que um padre fabricando a ilusão de uma estátua da Virgem chorar sangue ou um pastor contratando atores para simularem serem paralíticos curados.

Por quais motivos fazem isto? Será que a sua "fé" é tão frágil que não pode sustentar-se por si mesma, mas precisa sempre de uma "mãozinha" para convencer e tornar-se irrefutável?

Na verdade, não acredito que tais pessoas façam isto em nome da "fé", mas tenho profundas convicções que fazem isto em nome de si mesmas, ou seja, movidos pelo desejo da fama e notoriedade que tais atos podem lhes proporcionar.


Da mesma forma que muitos no passado, movidos pela sede de poder e em nome da manutenção de seus privilégios pessoais, chegaram até matar alegando o fazerem em nome de Deus, assim também muitos continuam praticando atos inescrupulosos acreditando (ou fingindo acreditar) que assim procedem em nome de uma causa nobre (os fins justificam os meios).

Voltando às supostas manifestações espirituais ou os ditos fenômenos espiritualistas, gostaria que você sempre se lembrasse de uma coisa:

"Quando os controles são 0% os fenômenos são 100%; Quando controles são 100% os fenômenos são 0%".

Isto vale para todo e qualquer fato sobrenatural praticado no mundo religioso ou fora dele.

Quem discordar que prove o contrário, porém num ambiente 100% controlado ou na presença de um experiente ilusionista.

2 comentários:

  1. Muito legal essa série de postagens. Foi mais um peteleco no pé do ouvido dos sobrenaturalistas.

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  2. Concordo com este texto e parabéns pela sequência. Eu diria que os tais milagres bem que se encaixariam aqui. Queria saber se com 100% de controle os ditos milagres aconteceriam...

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