sábado, 5 de dezembro de 2009

Ateísmo: Uma Declaração de Liberdade


Quando me tornei convencido de que o Universo é natural, de que todos os deuses e fantasmas eram mitos, entraram na minha mente, na minha alma, em cada gota do meu sangue, o senso, o sentimento e a alegria da liberdade.

Os muros da prisão racharam e caíram. As masmorras foram invadidas pela luz, e todas as travas, as algemas, as barreiras, viraram pó. Eu não era mais um servo, um servente ou um escravo. Não havia mais para mim nenhum mestre em todo este gigantesco mundo – nem mesmo no espaço infinito.


Eu estava livre. Livre para pensar, para expressar meus pensamentos. Livre para viver meu próprio ideal. Livre para viver para mim e para aqueles que amo. Livre para rejeitar toda e qualquer crença cruel e ignorante. Livre para rejeitar todos os “livros sagrados” que selvagens ignorantes produziram e todas as bárbaras lendas do passado. Livre de papas e padres. Livre de todos os “chamados” e “excluídos”. Livre de erros santificados e das mentiras santas. Livre do medo do sofrimento eterno. Livre dos monstros alados da noite. Livre de diabos, fantasmas e deuses.


Pela primeira vez eu era livre. Não haviam lugares proibidos em qualquer recanto da mente. Não havia ar ou espaço em que a imaginação não pudesse atingir com suas asas coloridas. Nenhuma algema me prendendo. Nenhum chicote nas minhas costas. Nenhum fogo na minha carne. Nenhum mestre me encarando nem me ameaçando. Nada mais de seguir os passos dos outros. Nenhuma necessidade de me curvar, ajoelhar ou rastejar, ou expressar palavras mentirosas.

Eu estava livre! Coloquei-me de pé, e, alegre e sem medo, encarei o mundo.

Robert Green Ingersoll (1833 - 1899)
Procurador, Advogado e Orador político norte-americano

4 comentários:

  1. Cleiton,

    Você diria que as palavras dele poderiam ser as suas? No meu caso só um milagre impedirá que eu chegue a conclusões parecidas...

    Infelizmente? Não sei... Fugir da verdade? Parece-me impossível!

    Abraços.

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  2. Amigo Enéias, quando li estas palavras não pude negar que elas expressavam com exatidão muitos dos sentimentos que passei a vivenciar de uns tempos para cá.

    Milagre? Creio que todos nós já estivemos a espera de um. Porém, não posso mais permitir que esta espera impeça-me de viver a realidade.

    A vida não perdeu o sentido por causa disto, muito pelo contrário, apenas adquiriu um significado diferente que continua me encantando.

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  3. Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia
    Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia

    Para a razão onipotente reina
    Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia...

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  4. Finalmente, mais um que encontra a felicidade real, sem promessas fanatasiosas.Faço minha as palavras de ingersoll.

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