quinta-feira, 29 de abril de 2010

O que é o Tempo?

por Cleiton Heredia


A maioria de nós possui uma visão newtoniana do tempo, ou seja, que o tempo é absoluto e inflexível. Isaac Newton descrevia o tempo como existente totalmente fora do espaço e independentemente de todos os processos que ocorrem no espaço. De forma quase que instintiva nós pensamos no tempo como fluindo numa taxa constante, como se houvesse um relógio cósmico imaginário que não pode em hipótese alguma ser adiantado ou atrasado.

Albert Einstein revolucionou estes conceitos quando descobriu, por meio de seus estudos sobre a natureza da luz, que o tempo e o espaço não são independentes, mas estão intimamente ligados. Seus estudos deram origem a Teoria da Relatividade Restrita e desencadearam um conjunto de conceitos totalmente novos e desconhecidos na física.


Mas o que é a Teoria da Relatividade Restrita? Bem, de forma hiper-mega-super resumida é a teoria que unifica as três dimensões espaciais com o tempo (dimensão temporal) em algo que os físicos chamam de “espaço-tempo” (é daí que vem a idéia do tempo como a quarta dimensão).

Einstein ampliou o seu modelo e completou sua Teoria da Gravidade, mais conhecida como a Teoria da Relatividade Geral, aonde ele descreve como os efeitos gravitacionais da matéria afetam o espaço-tempo.

Desde Einstein o tempo nunca mais foi o mesmo. Sua Teoria da Relatividade Restrita mostrava que quanto mais perto uma pessoa viaja da velocidade da luz (300 mil km/seg) mais devagar o tempo irá passar. Anos mais tarde, com as experiências realizadas nos aceleradores de partículas atômicas, suas conclusões foram provadas como corretas (os vídeos apresentados na postagem anterior já trataram deste assunto).


As pessoas imaginam que a desaceleração do tempo só ocorre em velocidades extremamente altas (próximas a velocidade da luz), mas na verdade o efeito acontece até mesmo em velocidades bem menores como, por exemplo, a de um atleta correndo os 100 metros rasos. No cronômetro dos juízes que estão fiscalizando a prova o tempo foi cravado em 10 segundos, porém no cronômetro que o corredor carrega consigo o tempo registrado foi de 9.999999999995 segundos. Esta insignificante diferença de apenas cinco psicosegundos entre o cronômetro dos juízes e o cronômetro do corredor aconteceu devido à relação espaço-tempo descoberta por Einstein.

Mas porque o tempo registrado pelo corredor é menor do que o tempo registrado pelos juízes?

Aqui está outro conceito instigante da Teoria da Relatividade Restrita: as distâncias tendem a encurtar conforme você se movimenta mais rápido. Então, por mais maluco que isto possa parecer, para o corredor a distância a ser percorrida é ligeiramente menor do que 100 metros.

Voltando a questão do tempo, muito embora atualmente se conheça as interações entre o espaço e o tempo, ninguém ainda de fato sabe o que é o tempo. As definições que existem são muito vagas e, portanto, o mistério permanece.

Mas o que isto tem haver com as viagens para o futuro ou para o passado?

Na próxima postagem eu tentarei explicar.

3 comentários:

  1. Um colega meu no mestrado estava desenvolvendo uma dissertação sobre isso. Algo fenomenal.

    SDS

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  2. O tempo não é nada. Ele não é causa nem efeito, mas apenas uma medida de duração do movimento dos corpos. Ou seja: o tempo, para existir, depende da matéria.

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  3. Cleiton Heredia,
    vá no "O lado ou a parte" e leia "O paralelismo do nosso universo".

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