sábado, 4 de dezembro de 2010

Os "Coroas" e as Redes Sociais

por Cleiton Heredia


Após publicar a última postagem (Geração Facebook), meu amigo Enéias, editor do Blog Convictos ou Alienados, me fez a seguinte pergunta:

Como ficam "os coroas" que se envolvem com as redes?

Como eu já havia pensado em escrever uma postagem sobre este tema, sua pergunta foi o estímulo que me faltava. Então vamos lá!

Acredito que o tema seja pertinente, pois enquanto para os nascidos na Geração Y (1980-1990) as redes sociais sejam uma evolução natural e os da Geração Z (após 1990) tenham praticamente crescido com elas, já para os nascidos nas gerações anteriores houve uma real necessidade de adaptação e até de mudança de paradigmas para conseguirem esta integração.

Como o termo "coroa" pode ser muito amplo, pois pode abranger desde os nascidos na Geração Silenciosa (1925-1945), passando pela Geração Baby Boom (1946-1964), e indo até os nascidos no início da Geração X (1965), vamos fazer uma rápida análise da relação destas três gerações com as atuais redes sociais.

Os nascidos na Geração Silenciosa são aqueles que hoje (2010) estão com idade entre 65 e 85 anos. Para estes, a integração em uma rede social virtual exigiu grande dose de adaptação e de mudanças. Por este motivo, apenas um pequeno percentual destes utilizam estas redes, e mesmo assim limitando-se à uma utilização bem básica. Além de não saberem explorar todos os recursos disponíveis, geralmente são dependentes dos filhos e netos para as coisas mais elementares (a maioria entrou em alguma rede por insistência e sobre a tutela destes).

Já os Baby Boomers, que hoje estão com idade entre 46 e 64 anos, bem como os nascidos no início da Geração X (1965), estes estão presentes nas redes sociais de forma bem mais intensa e dinâmica. Estima-se que mais de 25% dos norte-americanos com 50 anos ou mais se mantêm conectados a sites como Facebook, Twitter e MySpace. A diferença básica destes para a geração que os antecedeu está no fato de mais de metade dos adultos com idade entre 50 e 64 anos se declararem bons conhecedores da internet.

Nos Estados Unidos, segundo dados da Organização de Aposentados, o Facebook é a rede social mais popular e utilizada por estes senhores, seguido por MySpace, LinkedIn e Twitter. Cerca de um quarto dos norte-americanos mais velhos participam do Facebook, sendo que 73% deles dizem usar o serviço para se manter em contato com parentes e amigos, e não apenas com filhos e netos. Apenas pouco menos de um quinto dos adultos com 50 anos ou mais dizem não usar a internet.

Apesar da geração com idade superior a 50 anos mostrar possuir grande interação com a Internet, revistas e jornais em papel continuam a ser sua fonte preferencial de notícias. Já em relação aos blogs, apenas 1% deles afirmou manter ou acompanhar.

Como podemos ver, não existe idade para se integrar as redes sociais virtuais. Porém, a finalidade ou expectativas que levam cada geração a aderir a este tipo de tecnologia podem variar. Quer dizer, podem variar em função das necessidades e prioridades imediatas de cada grupo, porém no que diz respeito à essência da natureza humana, crianças, jovens e adultos partilham da mesma motivação básica, a saber, sentir-se inserido e aceito dentro de uma comunidade de pessoas onde pode compartilhar experiências, sentindo-se vivo e importante para alguém.

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