sábado, 23 de abril de 2011

Os Segredos das Sessões Espíritas do Século 19 (Parte 4)

por Cleiton Heredia


Caso as sessões espíritas ficassem apenas nas manifestações de fenômenos "sobrenaturais", tais como as movimentações de objetos, elas talvez não tivessem ido tão longe. Porém, a possibilidade de no meio de todas aquelas manifestações se obter alguma mensagem inteligível do mundo dos espíritos era um dos mais fortes atrativos.

Os médiuns sabiam disto e logo passaram a inventar meios de comunicar as mensagens do além. Alguns deles simplesmente as comunicavam verbalmente. Para tanto o médium poderiam simplesmente dizer estar ouvindo o espírito se comunicar com ele ou, o que causava mais impacto, poderiam dar a entender que estava "incorporando" o espírito. Nestes casos o teatro poderia incluir respiração ofegante, tremedeiras, olhos virados e até falar com um tom diferente de voz.

Para tornar a mensagem comunicada mais verossímil, o médium se valia de recursos como leitura fria, leitura quente, efeito forer, mesmerismo, etc. Como já escrevi uma série de postagens sobre estas técnicas, não irei abordá-las agora. Caso queira lê-las acesse a série "Como Atuam os Médiuns".

Para uma mente mais cética ficava sempre a dúvida do médium poder estar forjando tudo aquilo. Portanto, com o intuito de tornar estas comunicações cada vez mais impressionantes e, consequentemente, mais críveis, os médiuns começaram a criar maneiras das mensagens aparecerem de forma sobrenatural e inexplicável. Surgiam as escritas espíritas.

Uma forma muito comum de se forjar uma escrita espírita era usando pequenas lousas de giz (pequenos quadros negros). O médium colocava sobre a mesa algumas lousas limpas (sem nada escrito) e, depois de efetivado o suposto contato, mensagens escritas poderiam ser lidas em uma ou mais lousas.

Por uma questão ética entre os mágicos, não poderei revelar o segredo desta técnica, mas como você mesmo poderá ver no vídeo abaixo, tudo não passa de um recurso de ilusionismo que os mágicos usam até hoje, inclusive em festas infantis, sem necessitar invocar qualquer tipo de espírito:



Mas para que você não fique muito frustrado, vou lhe revelar outra técnica para criar mensagens espíritas em uma lousa. Acho que os mágicos não ficarão bravos comigo por causa disto:



Viu o comparsa lá trás trocando as lousas? Na escuridão onde as sessões eram realizadas, estes ajudantes passavam completamente despercebidos.

Harry Houdini revelou uma técnica ainda mais sorrateira onde o médium, igualmente com ajuda de um comparsa, poderia trocar uma lousa limpa por outra escrita, com as luzes acessas e bem debaixo das vistas da vítima. O médium segurava a lousa debaixo da mesa e pedia para a pessoa, que estava a sua frente, segurar do outro lado. Invocações eram feitas e em seguida pedia-se para a pessoa colocar a lousa sobre a mesa, verificando se o espírito consultado havia transmitido alguma mensagem. Veja logo abaixo o momento exato da troca:


Na próxima postagem revelarei mais segredinhos da escrita espírita.

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